sábado, 3 de novembro de 2007

Mais que o segredo

PARTE I
DAS CONFISSÕES

Bom, sei que já disse algumas vezes que não tinha sonhos e por isso a vida me surpreendia, mas eu tive sonhos (babacas) durante a infância e adolescência, não envolviam grandes ambições financeiras, aproximavam-se mais de ser uma vocalista de uma banda de baile (ainda bem que esse não se realizou). Todos os sonhos tomam seus rumos, uns se realizam, outros vão para o arquivo morto e alguns como esse, que vou confessar agora, ficam na espera, sem nunca desistirem.
* Eu sempre sonhei em ter uma família (completa) de pai, mãe e irmãos, com as brigas, as disputas, os choros, as raivas, como é. Por isso invejava as minhas amigas e pensava “elas é que são felizes”. Não me venham dizer que sou egoísta, ingrata, etc. Eu sei que têm órfãos por aí, inúmeros eles se alastram junto à fome e a miséria, tenho consciência disso, mas é só um sonho de quem não conheceu a vivência de uma família, que eu chamaria de completa. É o sonho de quem nunca pode dizer, naturalmente, “pai”, de quem perdeu alguns anos de convivência com a mãe, de quem a tem pela metade até hoje.
* Então, acreditava que esse sonho se realizaria quando eu me casasse (nhé) e tivesse meus filhos (plural de certeza, Mi?). Seria a última chance e sei que demoraria, aliás demorará.


PARTE II
DAS CONSTATAÇÕES

Acontecem coisas nessa vida, que vêm me dizer “não, não era a última chance”, porque não há última chance quando somos nós que oportunizamos as próprias vivências.
Então, eu ainda não tenho a minha família completa, talvez um dia eu a esqueça. Mas, fui recompensada ao ser “adotada” (é assim que me sinto) por uma, completíssima. E eu amo cada sorriso, cada gesto, guardo cada instante, seguro os segundos para que o tempo passe mais devagar quando estou lá. Porque eu nunca fui tão aceita e nunca me esforcei tanto (prazerosamente) para ser eu mesma. Eu não sei o que acontece, é algo no olhar, no falar, que penetra minh’alma. E hoje, mais uma vez, implorei que o tempo parasse, mas ele parece querer fazer tudo ao contrário. Aqui se arrasta, lá voa...
Então, pode-se ser feliz com a parte sem ter o todo, quando aceito essa parte, como sendo, temporariamente, o todo.

PARTE III
DAS EXPLICAÇÕES

E é por isso, NO solamente (SOMADO AO QUE JÁ DISSE), que eu chorei, choro e chorarei tantas outras vezes, porque quando parto dói me despedir do mais próximo que já cheguei do meu sonho. Não é trágico, nem dramático, mas acontece, espontaneamente. E sei que pode parecer ridículo (tudo isso), pois que pareça, antes ser chamado de ridículo do que nunca ser chamado (por ninguém/pra nada), ser visto como tolo do que nunca ser visto.

PARTE IV
DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vale ressaltar, que não estou tendo aspirações quanto ao futuro (não não!!!) não estou esperando nada mais, não quero roubar nada, nem modificar, nem ao menos pressionar, eu apenas quero continuar assim, visitando meu sonho, às vezes, abraçando-o em silêncio, enquanto eu penso que isso é muito pesado pra se carregar, que não é feio sonhar, que isso é MAIS QUE O SEGREDO, é O desejo de UMA menina.

Obrigada sexta com cara de sábado, e à você sábado com cara de domingo digo: volte sempre!!!

Te amo...

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