Adoro manhas frias, de sol nascendo timidamente, frio cortante, sempre me sinto protagonista de um filme no qual apenas eu enceno, em dias como esse. Nessa manha, no entanto, algo me despertou do meu mundinho fechado, uma cena, diria eu, que de repente aqueceu meu coração: uma mãe abraçando o filho pra esquentá-lo e protegê-lo do vento, enquanto o ônibus não chegava.
Fiquei observando, tentando lembrar quantas vezes isso aconteceu entre eu e minha mãe. E por mais estranho que pareça não lembrei de nenhuma vez que algo semelhante tenha acontecido conosco, embora tenhamos ficado muitas vezes a espera de ônibus durante toda nossa vida juntas. Isso não me magoa, só me deixa triste, por pensar que as coisas poderiam ter sido melhores pra nós duas. Ela é uma guerreira e, talvez, um dia eu a diga isso e diga, ainda, o quanto sou grata a tudo o que ela tem me ensinado. Apenas, acredito que ela esteja certa de que tem me dado as coisas mais importantes que uma menina precisa pra crescer e se tornar uma grande mulher, coisas ligadas ao caráter, responsabilidade, luta, trabalho, honestidade, enfim. Ensinamentos, sem dúvidas, de grande valia, mas que podem tornar uma pessoa tão vazia de sentimentos e afetos.
Rebusquei a memória e juro que, ainda, não consegui encontrar nenhum dado, de um dia daqueles que a família vai fazer uma visita a alguém, e as crianças só fazem fiascos e pedem comida e ficam interrompendo a conversa e por fim, cansadas de tanto pentelhar, ganham colo e dormem.
Penso eu, se não pude compartilhar momentos desses com minha mãe, ao menos que eu lembre, fiquem sabendo que a possibilidade de isso ter ocorrido com meu pai é de 0,000000 AO CUBO. Mas, sei que ele teria feito, nas raras vezes que estive com ele, assisti cenas como aquela, dele com suas outras filhas. Será que algum dia ele entenderá que todos esses milhares de palavrões e essa raiva que espuma, não passam de dor de cotovelo? No fim, no fundo, acho que já o perdoei, ao menos, tenho tentado trabalhar essa questão a fim de resolver essa pequena vírgula mal colocada na história da minha vida.
E ao fim disso tudo, consigo entender o porquê de me escabelar e ficar de voz embargada ao lembrar da minha vó, ou até mesmo de imaginar que um dia ela irá embora. Até hoje, quando vou à casa dela ou ela à minha, ela mexe nos meus cabelos e nas minhas mãos. E eu posso deitar no colo dela, ou por as pernas sobre as pernas dela enquanto ela esquenta meus pés. Acho que sempre foi assim, mesmo que tenhamos nos separado, aos meus 8 anos, algo de toda essa relação nos une até hoje. Um Q de saudade e de preocupação. De gratidão e amor. De solidão e verdade.
Por isso, não estou reclamando de nada, sei que algumas pessoas não recebem nem sequer um olhar de afeto. Ao ver aquela cena, da mãe protegendo seu filho, pensei nesses pequenos soltos mundo a fora, tão sozinhos - como eu agora – “desamados”, desprotegidos... desumano. E pensei no quanto sou afortunada, por ter sido criada por uma pessoa como minha avó.
Portanto, futuras mamães, pensem nisso, hein. Dinheiro, bons colégios, roupas caras não dizem muito quando há um frio que as distancia de suas crias.
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O finde virá e já tenho vários convites para festas, eventos e - filmes - alguns "não" a parte, parece-me que, finalmente, assistirei ao "Caçador de Pipas" e já comprei uma caixa de lenços - please, let me cry!!
Será um finde sem homens, pra que talvez um certo alguém consiga entender que quando se perde o homem mais importante de nossas vidas (pai), os que vem depois nunca serão assim tão fundamentais. Serão, apenas, uma cópia do que o outro nos representou.
Não sei por que fico tentando "dar nos dedos" desse alguém, pra quem já não sou mais o que fui. Um alguém que um dia perceberá que tudo isso não passou de uma postagem de alguns dias no orkut.
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Guiga, amo-la, eternamente... Obrigada por fazer meu celular ficar tocando, assim não me sinto tão sozinha...
AQUI FICO... PARA LÁ DO QUINTAL... O INFINITO DA INDIFERENÇA HUMANA
Fiquei observando, tentando lembrar quantas vezes isso aconteceu entre eu e minha mãe. E por mais estranho que pareça não lembrei de nenhuma vez que algo semelhante tenha acontecido conosco, embora tenhamos ficado muitas vezes a espera de ônibus durante toda nossa vida juntas. Isso não me magoa, só me deixa triste, por pensar que as coisas poderiam ter sido melhores pra nós duas. Ela é uma guerreira e, talvez, um dia eu a diga isso e diga, ainda, o quanto sou grata a tudo o que ela tem me ensinado. Apenas, acredito que ela esteja certa de que tem me dado as coisas mais importantes que uma menina precisa pra crescer e se tornar uma grande mulher, coisas ligadas ao caráter, responsabilidade, luta, trabalho, honestidade, enfim. Ensinamentos, sem dúvidas, de grande valia, mas que podem tornar uma pessoa tão vazia de sentimentos e afetos.
Rebusquei a memória e juro que, ainda, não consegui encontrar nenhum dado, de um dia daqueles que a família vai fazer uma visita a alguém, e as crianças só fazem fiascos e pedem comida e ficam interrompendo a conversa e por fim, cansadas de tanto pentelhar, ganham colo e dormem.
Penso eu, se não pude compartilhar momentos desses com minha mãe, ao menos que eu lembre, fiquem sabendo que a possibilidade de isso ter ocorrido com meu pai é de 0,000000 AO CUBO. Mas, sei que ele teria feito, nas raras vezes que estive com ele, assisti cenas como aquela, dele com suas outras filhas. Será que algum dia ele entenderá que todos esses milhares de palavrões e essa raiva que espuma, não passam de dor de cotovelo? No fim, no fundo, acho que já o perdoei, ao menos, tenho tentado trabalhar essa questão a fim de resolver essa pequena vírgula mal colocada na história da minha vida.
E ao fim disso tudo, consigo entender o porquê de me escabelar e ficar de voz embargada ao lembrar da minha vó, ou até mesmo de imaginar que um dia ela irá embora. Até hoje, quando vou à casa dela ou ela à minha, ela mexe nos meus cabelos e nas minhas mãos. E eu posso deitar no colo dela, ou por as pernas sobre as pernas dela enquanto ela esquenta meus pés. Acho que sempre foi assim, mesmo que tenhamos nos separado, aos meus 8 anos, algo de toda essa relação nos une até hoje. Um Q de saudade e de preocupação. De gratidão e amor. De solidão e verdade.
Por isso, não estou reclamando de nada, sei que algumas pessoas não recebem nem sequer um olhar de afeto. Ao ver aquela cena, da mãe protegendo seu filho, pensei nesses pequenos soltos mundo a fora, tão sozinhos - como eu agora – “desamados”, desprotegidos... desumano. E pensei no quanto sou afortunada, por ter sido criada por uma pessoa como minha avó.
Portanto, futuras mamães, pensem nisso, hein. Dinheiro, bons colégios, roupas caras não dizem muito quando há um frio que as distancia de suas crias.
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O finde virá e já tenho vários convites para festas, eventos e - filmes - alguns "não" a parte, parece-me que, finalmente, assistirei ao "Caçador de Pipas" e já comprei uma caixa de lenços - please, let me cry!!
Será um finde sem homens, pra que talvez um certo alguém consiga entender que quando se perde o homem mais importante de nossas vidas (pai), os que vem depois nunca serão assim tão fundamentais. Serão, apenas, uma cópia do que o outro nos representou.
Não sei por que fico tentando "dar nos dedos" desse alguém, pra quem já não sou mais o que fui. Um alguém que um dia perceberá que tudo isso não passou de uma postagem de alguns dias no orkut.
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Guiga, amo-la, eternamente... Obrigada por fazer meu celular ficar tocando, assim não me sinto tão sozinha...
AQUI FICO... PARA LÁ DO QUINTAL... O INFINITO DA INDIFERENÇA HUMANA
Tb te mo infinitamente, eternamente miga!
ResponderExcluirLindo texto, me emocionei de novo e sempre né...
assista o filme e me lembre disso, vai chorar e usar todos os lenços, eh lindo demais!!!!!!! quero assistir novamente.
quanto ao colo, tu cabe sempre no meu.
beijos
=,[
ResponderExcluirSimplesmente sem palavras...
=,[
te amoooooooo
Não há o que dizer... apenas que você é fantástica no que faz... Sabe, quando vejo seu perfil e leio: [atividade: ensino]. Aperta-me o coração, não digo por você... não, mas por mim... isso me deixa tão angustiado... aff. Coisas da vida... Na boa sempre tenho a sensação de poder sentir o que você sente quando escreve... [admito que nem sempre os meus sentimentos são lá muito precisos, e muitas vezes completamente destorcido] mas me compadeço... sai lá...
ResponderExcluirFica bem, como sempre li e amei tudo!
Beijo!