quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

(eu) Conto de Natal



Tudo começou - pelo fim - quando ela engoliu uma das tantas bolas coloridas da árvore de Natal, não se sabe qual motivo a levou a fazer isto, sabe-se, no entanto, que há anos este típico objeto natalino a engasga. Fato curioso a se observar é o furto ocorrido, jamais tivera, ela, bolas coloridas de Natal nem tão pouco penduradas em uma árvore no meio de sua sala. Irrelevante pensar de onde surgiu, aliás, tudo neste conto torna-se irrelevante quando sua autora está com uma imensa bola colorida de Natal presa em sua garganta por tanto tempo.
Fica difícil iniciar e concluir, cada F(r)ASE, todos os pontos são perdidos, não há roteiro, lógica, semântica que resista.
Desde que lhe ocorreu esta idéia - experimentar, em vias de fato, o gosto do natal - do Natal o gosto perdeu. Quantos anos ainda restam só se saberá quando conseguirem calcular sua idade certa - dela ou da bola?
O engraçado é que este estorvo, apenas, ganha vida nesta época do ano, durante os demais roteiros ela pode aproveitar-se dos pecados da gula - senão o contrário. Porém, no Natal a bola cresce como uma de neve que rola, rola montanha abaixo, proporção acima.
Talvez se as lágrimas saíssem pela boca pudesse, ela, livrar-se deste mal, mas não, elas deslizam nas maçãs do rosto, pingam na soleira da janela, onde sorrateiramente ela se esconde toda noite de Natal, e a bola? Dentro dela!
Alguns afirmam que é um nó, outros um NÓdulo, cISto, cISco, mas só ela sabe bem do que se trata, só ela é capaz de esconder o que está refletido interiormente.
Por anos tentaram se desvencilhar, ela e a bol(H)a, que inchou, inflamou-se tanto que estagnou, parou de lutar pela saída, não mais quis brilhar e colorir árvores, entendeu que seu destino era viver o avesso das outras, ficou toda prosa, era uma bola especial, com um objetivo inigualável. Enquanto cabia as outras brilhar, a esta cabia reluzir o brilho de alguém, tão fortemente, que atravessasse suas vísceras e pudesse ser visto por todo o pol(v)o.
Continuou a outra lutando, mal sabe esta, que travava uma luta contra si própria. Usava deste artifício para dizer-se defeituosa, imperfeita, incapaz de realizar, de sonhar, sentir, amar... Assim, ano após ano, muitos a tentaram fazer enxergar o que a bola refletia lá de dentro. Ninguém conseguiu.
Adiar, adiar(á), odiar, odiar(á)... Pouco importa o tempo e a pessoa, uma ação aqui, reflete lá... e mais acolá.
Este conto não fala de ninguém, nem tem protagonista, talvez, falte-lhe um ou mais traços de conto. Ao menos ele não tem bola alguma presa na garganta, ele tem esta língua solta, ele liberta a única coisa que este embucho não bloqueou, a passagem aberta daquilo que se chama "palavra"... aqui, acolá, em qualquer lugar.
Foi o único lugar em que ela encontrou sossego ao fechar as venezianas da sala desprovida de árvore de natal; e ao secar as lágrimas que mais pareciam chuvas inCALHAdas. Este passou a ser, então, seu único alimento em épocas como esta. Matar a sede no rio da calha, e sua fome com uma navalha afiada como caneta em mãos de poeta.
Novos e desafiadores anos vieram e, hoje, dentro de sua bola sobrevive aquilo que engasga o mundo em épocas tantas, de Natal e carnaval. desIGUALdade. MALdade. e fOME que só rima com cOME. Tem que ser, realmente, (h)OME(m) pra não abrir-se ao meio, estourar a bola e seguir sorrindo diante de toda alegria e brilho nataLIN(d)OS.
Ela queria livrar-se de uma parte que nascerá sem, escolhera cem vezes ou mais. ir ou ficar pra trás e ela sempre preferiu fingir que sabia aonde estava indo.
Recorrendo mais este ano à veneziana entreaberta, lágrimas a escorrer, até a virada todos os fogos serão de artifício para esconder o grito desesperado de alguém que vive presa a uma bola colorida roubada em uma árvore de Natal.
***********
Nada ficcional, não é autora?
E você? Livrou-se da sua?
A data não poderia ser mais perfeita para escrever sobre bolas que engasgam minha vida (ainda que o Blog seja burro e não entenda que já passamos do meio da noite)
Quem cuida do calendário? Alguém poderia sugerir, por favor, o corte total dos dias 18 de todos os meses?
Feliz Natal... hohohoho
by trOiAnA22

6 comentários:

  1. Bolas????

    Hummmm


    subjetivo, subjetivo hehehehe


    Pouca palavras tbm!

    Bju Bju1


    amu-te

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  2. Cortar os 18? aimm!

    Que coisa! e eu não gosto de natal...pelo menos nesses em que eu tenho que trabalhar igual um jegue! mas até que esse ano tá sendo legal e tu deve saber pq.

    bjOOO, minha pequena!!!

    ;**

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  3. aiaiai!!!
    o corte dos dias 18 de todos os meses não! senão qd vou fazer aníver?? =(
    [hahahahha... é 18 de novembro...]


    cara, bolas de natal engasgadas... que idéia!!! muito bom!!!
    tenho as minhas tb... com certeza.

    beijocas!!!

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  4. Queria poder cuspir por ti e por mim tais bolas, mas acho que temos que nos acostumr com elas...eu me acostumei com as minhas...

    "mal sabe esta, que travava uma luta contra si própria" lembrei de alguém familiar, vc sabe quem.

    beijos!
    te amo sempre!

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  5. aaaaah linda...sempre me emocionando né!! então..eu espero que em 2009 a gente possa ficar e viver muito mais momentos juntas, pq é sempre grandioso estar cntgo...qqr encontro se torna um evento!! :D

    Te amo!!!!!!e já decidiu o que fazer na virada?

    p.s: não importa pra que lado do muro vc se jogue, eu estarei smepre em algum lado pra te segurar se tu cair e pra rir cntgo em qqr circunstância!

    t amo t amooo migaaaa ;*****

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  6. Ow floor!! foi no úRtimo post de 2008..."adeus ano velho"

    foi essa parte: "Minha amigona poetisa foi premiada pelos seus lindos escritos, ela é meu orgulho gente! confiram aqui. Beijooo, Mimica!!!" e linkei pro seu post da premiação \o/

    aproveita mesmo o mundo real!!

    bjbjbjbj

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Abertamente falarás, abertamente o ouvirei